Pausas

Data 21/12/2008 22:53:24 | Tópico: Poemas

O amor arrepende-se de mim
em pequenas vírgulas que cerceiam palavras,
que acorrentam versos a poemas mutilados,
que conferem à minha voz pausas de se fazer pra sempre...
Com um trêmulo respirar, e adverso,
sigo a escrever botões de chuvas que ainda virão,
que ainda me encharcarão os olhos frios,
mas sem ternura que me altere o rosto,
sem primaveras mortas que a mim imponham
sequer um sorriso mau...
Cercam-me todas as grandezas que não conhecerei,
como as vírgulas cercam o que é de momentânea importância.
Sob nenhum protesto, eu morro a cada renascer.




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