EUTANÁSIA

Data 25/12/2008 22:07:37 | Tópico: Poemas -> Desilusão


Agonizo num leito de palavras por apagar.
Leito feito de lençóis de pano
do mais fino cetim
onde já matei em corredio,
a semântica das tuas palavras
mortas, ausentes de mim.
De forças já desfalecidas
teimo em apagar a sua grafia.
Sinto a premonição de que o dia está a chegar.
Urge redigir em testamento:
“Quando a grafia das tuas palavras apagar
quero ser morta de ti
mesmo que a eutanásia delas
se tenha que praticar.”

Marta Vasil



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