
A Carta Que Nunca Te Escrevi ou a Simples Confissão do Meu Maior Crime (Parte XIV)
Data 26/12/2008 22:22:24 | Tópico: Prosas Poéticas
| Faço fogo do silêncio que te escrevo, inebriado pelo nevoeiro madrugador que me envolve e que me isola de tudo, menos de ti. Bebo coragem para te anunciar ao mundo como minha, como raiz de mim... sinto-me pequeno junto dos teus pensamentos e desejos. Tudo isto em vão, meras palavras semeadas na ilusão que não contenho. Rasgo a voz em ecos surdos e dedico-me a ti, dona de meu verbo, senhora destas interrogações e das noites que compartilho com ninguém. És de mim, do meu desejo incontido e selvagem, nuvem cigana que me enfeitiçou, pássaro que me abraça o sentimento e voa para tão longe. És medo. Medo de me perder de ti e da vida se perder de nós, medo de se acabar o mundo e nós por cá.
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