A Carta Que Nunca Te Escrevi ou a Simples Confissão do Meu Maior Crime (Parte XIV)

Data 26/12/2008 22:22:24 | Tópico: Prosas Poéticas

Faço fogo do silêncio que te escrevo, inebriado pelo nevoeiro madrugador que me envolve e que me isola de tudo, menos de ti.
Bebo coragem para te anunciar ao mundo como minha, como raiz de mim... sinto-me pequeno junto dos teus pensamentos e desejos. Tudo isto em vão, meras palavras semeadas na ilusão que não contenho.
Rasgo a voz em ecos surdos e dedico-me a ti, dona de meu verbo, senhora destas interrogações e das noites que compartilho com ninguém.
És de mim, do meu desejo incontido e selvagem, nuvem cigana que me enfeitiçou, pássaro que me abraça o sentimento e voa para tão longe.
És medo. Medo de me perder de ti e da vida se perder de nós, medo de se acabar o mundo e nós por cá.


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=65181