
Abrigo o tempo
Data 18/01/2009 17:18:23 | Tópico: Poemas -> Introspecção
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Há sempre aquele dia, que não queremos Como se abrigássemos o tempo, e ele não passa E aí o próprio tempo, torna-se coisa improvisa Que visa a minha imagem ou a de outrem Ainda que eu mesmo, não seja ninguém
E vou passando despercebido das coisas De todas as coisas, que não me podem perceber Assim como o tempo, frio e sol, é maneira de viver Perco-me, no meu caminho de homem Por uma desventura ou por ir mais além
Quando tão pouco, vivo a própria vida Como a carga da caneta, que a tinta findou Como se eu trocasse a carga e a caneta reavivou Quando tão pouco, não saio daqui, desta viagem Deixando em tantas paragens, metade do que a alma não tem
Fica sempre um pedaço meu, por onde passo Em troca de um pedaço, que eu mesmo tirei E era tanta a beleza, toda essa que eu desejei E volto disfarçado, no dia na noite, no entretém Serei mesmo eu, ou é um outro poeta que vem
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