cinco.

Data 19/01/2009 10:22:41 | Tópico: Textos


à saída do casulo escorrego no orvalho da manhã. é díficil esta minha condição e o se prolonga-se na pele de bicho ferido. tenho a vista turva, manchada de neblina e as manhãs são desentendidas, talvez por isso não te veja chegar, não me dê conta do teu corpo a dois ou três rastejos de mim. é difícil morrer de manhã quando ainda se tem a noite a morder-nos as asas, as inúteis asas que nunca me serviram. desumidifico o amor, quero estendê-lo ao sol, ver secar a vida com ele, mas esperei tanto tempo por ti que me murchou o coração dentro do peito.


(ao ler aracne de antónio franco alexandre)



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