Conto tradicional
Data 20/01/2009 15:20:42 | Tópico: Poemas
| Menino pobre com a mãe vivia Em casa sozinho esperava Enquanto a mãe trabalhava Fazendo sempre o que a mãe dizia:
-a estranhos não abras a porta Meu filho dilecto do coração Anda por aí muito ladrão A quem o pobre não importa
Um triste dia em casa, ao menino Bateram-lhe á pequena porta Feita de madeira escura e torta Franqueou-lhes a entrada o pequenino
De bem lhe parecia a figura Que do postigo vislumbrou Mas que a casa lhe roubou Em acto vil de má usura
A mãe, a casa foi chamada Para ver o triste estado Do seu armário arrombado E do seu dinheiro espoliada
Foi estrada abaixo a correr A maldizer o mau ladrão Que a roubou sem compaixão Desejando vê-lo a morrer
-Fecha a porta, gritou ela Vereda abaixo correndo E na pressa não percebendo Que não a ouvia á janela,
O menino que desolado percebeu, Para levar a maldita porta, Pegou nela, não importa, E ladino atrás da mãe correu
Com porta às costas ambos correram Desolados a mãe e o menino, Preocupada com seu pequenino Sitio para a noite escolheram
Em árvore alta se abrigaram Sentiam-se tristes e cansados Encostaram-se assim fatigados E assim juntos pernoitaram
Ouviram conversas em alta hora De alguém que se acercava Da árvore que os abrigava -fica silencioso e quieto, agora.
Disse a mãe ao seu menino Que fica a ouvir curioso Aquele sussurro ocioso Reconhecendo o ladrão ladino
Dividiam os dois o produto Do dia de roubo a sua safra De tanta gente de bem, a lavra Roubando a sopa e o conduto
Ouviam eles em frenesim Aquele “para mim e para ti” Dizia um “pataca a mim” Dizia outro “pataca a ti”
-Atiro-lhes já com a porta? Perguntou o menino pernicioso. Diz a mãe em segredo ansioso: -atira-lhes, que não importa
Sentiram na cabeça os gatunos, Malandros, feios e porcos Por seguirem em caminhos tortos Por serem fonte de infortúnios
Assim ficou a mãe e o menino Com o dinheiro que era seu E aquilo que lhes pareceu Ser contrário de feio destino
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