No bar da vida

Data 19/05/2006 00:00:00 | Tópico: Poemas

Cheguei-me a este recinto e adentrei-me
Logo puxei a cadeira das lembranças
E me debrucei neste balção do lamuriar
Parece não haver atendimento neste bar da vida
Ei de fazer minha propria bebida?
Daí-me então este frio cálice da realidade
Ei de juntar meus meus sonetos,meus poemas,minha saudade

Com uma pitada de lágrima e uma ardida gota de arrepedimento
Maldita hora em que fui me assentar...
Deveria ter passado,rente,mas em frente!não ter parado

Ao lado vejo um amigo de copo,queres provar do meu cálice?
Pobre homem,parece embriagado estar,será que assim irei ficar?
Segue-se o tempo entre um copo e outro,entre gosto e desgosto
Bebo...
Talvez para esquecer e ingerir o que me faz sofrer
Talvez para me lembrar e sorrir com as gotas do que me fez viver

Sempre há um gosto adocicado
Na bebida amarga que é bebida com desejo
Meu olhar dos sonhos já não me parece tão nítido
Acho que minhas pernas se confundem com o chão do seguir
Agora tenho que tornar a rua e esquecer o que... já me esqueci!

Embriaguei-me nestas porções que restaram dos meus amores
E ei de levar uma garrafa para adormecer sem dores
Agora,ei de partir,na escura rua do esperar dormir
Amanhã preciso voltar ao trabalho de existir

Trabalho.?

Pouca importa,eu só preciso lembrar,para que mesmo eu nasci?
Agora nem sei onde estou,mas amanhã ei de me recordar
Espero ao menos que ao amanhecer eu me lembre
Para onde fica o amar?






Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=678