O sr Obama e as minhas fantasias

Data 21/01/2009 00:35:15 | Tópico: Textos

Um alinhavo de situações, afaga coisas feitas de talvez de escura tez enquanto destila possibilidades. Muitas com falta de resposta, muitas mesmo...
Não existem bandeiras sem certezas e, essas, só o são quando se vêem ou sentem. De facto, fogem à política mundana e humana na sua forma mais imbecil. Não é, de ostentação, que é feita a verdade mas é-o a aparência.
Na recente eleição, mundialmente desejada e aplaudida, do americano, pomposa e elogiosamente diferenciado por "afro" (outrora um a diferenciação depreciativa), que dá pelo nome de Obama gastaram-se rios de dinheiro por forma a moldar as mentes pequenas e toldadas dos ilustríssimos norte-americanos (não canadianos). Um orçamento muito superior a um gigantesca mega-hiper produção "hollywoodesca". Pôs-se a funcionar uma fábrica de sonhos e propaganda, uma máquina fabulosa de promoção, uma, bem paga, equipa de vendas e isto tudo para quê? Para assegurar a indigitação do dono do mundo nos próximos anos. Uma coisa sem precedentes e à grande e à... americana (escapam-se aqui os franceses).
Promessas... muitas. Uma era o, mundialmente reclamado, fecho de Guantanamo nos primeiros meses da presidência?! Afinal já não pode ser. Verifica-se que não é viável. Uma questão de burocracia, parece-me. Talvez mais tarde. Também ninguém esperava que um tipo que apregoa coisas boas, governasse sozinho e resolvesse as coisas a bel prazer, não é? E daí, note-se que estamos a falar de promessas de políticos, de gente que sabe falar bem, fazer nulidades e pouco mais. Ser político devia ser um "hobby" sem remuneração ou encarada como uma profissão de variedades, entretenimento... digo eu.
Certezas há. É o primeiro presidente "negro" (filho de mãe branca e pai queniano... veja-se a imbecilidade do pormenor fartamente referido nas noticias!! Porque não mãe finlandesa e pai preto?? Qual o intuito do pormenor?) da história dos EUA. Falava de certezas? Não se vislumbra mais nenhuma. A discussão actual é sobre qual o cão a levar para a Casa Branca. Esperemos que não seja sintomático.
Crise, gente com fome, aquecimento ou congelamento (teoria de alguns) global, desemprego... ah isso logo se vê, não é? O importante é haver dinheiro para esbanjar, não é? E o vestido da 1ª dama? Lá diziam os outros: "Eles falam, falam mas..."... estes dizem tudo mas fazem muito de nada.
No outro dia assaltou-me a ideia, de que o sufrágio para a eleição daquele presidente deveria ser global. Sim, mundial. Todas as pessoas do mundo deveriam poder votar. Senão vejamos: se nos EUA está frio, o mundo fica constipado; se há uma epidemia de diarreia, no mundo inteiro cheira mal; se têm comichão, o mundo tem que se coçar; se se lembram de dizer ai, no mundo tem que se ouvir dizer ai ai! Enfim! Neste quadro, parece-me legítimo que fosse o mundo inteiro a eleger qual a peça que quer a gerir a carneirada.
Imagine-se que esta utopia era realizada, que o mundo elegia o excelentíssimo presidente dos EUA! Imagine-se aquela velha história da borboleta que bateu as asas do outro lado do mundo! Teríamos uma nova ordem e... ui! Será que os americanos ficariam à mercê do mundo? Inconcebível, não é?
Fiquemo-nos pelo pensamento, pela construção das ilusões, por aquelas coisas precedidas de um providencial "se". É giro imaginar estas situações. Disse "imaginar"? Claro... é o que nos vai alegrando... imaginar, ter imaginação, fantasiar.
Uma fantasia que tenho, é ser escritor, viver da escrita mas tenho uma dificuldade: nem sou famoso nem sou vigarista. Alguém acha que viver da escrita não é uma fantasia?
Eu gosto de fantasias.

Valdevinoxis



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