Conversando com Carlos Drumonnd de Andrade ( Poema Respeito )

Data 22/01/2009 16:57:55 | Tópico: Poemas

Pois é, Carlos, eu sou cria de fim de rama,
Cheio de drama e compaixões.
Meu pai me ensinou, minha mãe me balançou no berço
Hoje mereço o que eu sou: um tolo a te escutar
Pelos ecos de um mundo sedento de Carlos.
Aprendi a gostar dos meus versos como você gosta dos seus,
Descobri que dava cambalhotas íntimas, assim, igualzinho a ti.
“se meu verso não dá certo, foi alguém quem o entortou”.
Aprendi que sou produto da minha terra,
Que não adianta pensar noutras paragens,
É só miragens que vêm da televisão.
Tudo é bobagem, meu caro amigo Carlos.
Aqui ao menos a gente sabe: nós somos uma canalha só.
Imagina eu como você, a suspirar pela Europa.
Tens razão, é burrice da grossa.
Não apelo mais, eu sou o que sou e nada mais.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=68043