canção de embalar

Data 04/05/2007 20:31:38 | Tópico: Poemas

<br />A todas as mães

Aqui onde o mar é erva e vinha
tudo é tão breve e prolongado
Quietude de sopro de vida
passa tão pesada indiferente aos fluxos da respiração.

Afago teu rosto no ardor da brisa fria
ritual ou gesto vacilante das folhas no ar
em breve ignoro meu choro de criança
procuro hálito de uma "orquidea"

Sigo a luz derramada, sobre um tautear antigo
e, uma longínqua lágrima rola cálida
pelos veios das gestação das feridas
jorra canção adormecida
pelos meus lábios cerzidos a solidão.

Doi o impossível desflorar
desta adesão líquida
torrentes de lava, terra e pó
onde meu corpo fustigado de guerreira amadurecido
jaz em cascos de memória umbilical.

A mais profunda e difusa voz
chega de mansinho a meu berço
amaciar feliz cantico
da transparência da voz materna
prolonga a vida de multicolores melodias
numa canção de embalar jamais esquecida.

"In memoriam ad..."
(em memória de...)


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