12.

Data 28/01/2009 15:57:28 | Tópico: Textos


a tua morte é serena meu amor. começo por comer-te os dedos dos pés e depois avanço, sorrateira, no meu modo calculista de andar, pé ante pé, a comer-te os músculos, os ossos, a pele, a carne do corpo, as veias e artérias, o sangue, a chegar-te aos olhos, às pupilas e a ver-lhes a maré, cheia, maré cheia em tarde calma. a tua morte é serena, meu amor. já sem tendões caio estatelada contra o teu coração, enquanto este se desfaz em mil estilhaços. no eco surdo do horizonte ouve-se o tiro, dado pela mão certeira. a tua morte é uma guerra, serena.




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