E ela esperou! Há quem diga até Que ainda espera...
Pobre alma enganada Atordoada pelo perfume De uma quimera Que lhe nasceu Numa dobra do vestido Agora enterreado E desintegrado Pela erosão do tempo Que lhe foi passando ao lado Enquanto esperava...
Um vestido fino Que outrora Fora de seda pura E que vestira No seu corpo alvo E virgem De mulher menina Num belo dia de Primavera
Mas o tempo Cansou-se de tanta espera E chamou a morte Que lhe levou a alma Deixando-lhe os ossos Vestidos de trapos Sentados no mesmo banco Daquele jardim esquecido Onde já ninguém passeava Só ela esperava...
Ninguém lhe disse ainda Que a vida não espera E a perfeição só existe Na ilusão De quem a sonhou um dia E assim Iludida... Morreu por ela!
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