...a ópera da sorte...
Data 31/01/2009 20:45:35 | Tópico: Poemas -> Surrealistas
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Amontoados desleixes destes cúmplices momentos
destas serenas e apoteóticas danças (<span style="font-weight:bold;"><span style="font-style:italic;">em desvario</span></span>)
destas incertezas concupiscentes! O dom das valsas...
danço na métrica desta composição...aflito...
...e grito...
...oh Lacrimosa!
(<span style="font-weight:bold;"><span style="font-style:italic;">dança, dança, corrompe os passos que te ferem</span></span>)
Trucida o rodopio das volúpias dos arabesques
(<span style="font-weight:bold;"><span style="font-style:italic;">neste ventre liso, omnipotente descalço de vida</span></span>)
onde o mais puro sissone personifica a queda
tornado meu Adágio incompleto de doçura
...oh! Fel, meu mel da vida, dança
Dança os dançares da tua melódica alma
(<span style="font-weight:bold;"><span style="font-style:italic;">afundada nos acordes dos ritmos parados</span></span>)
Torna idílico o palpitar dos violinos das minhas chagas
...o rebombar dos trovões neste peito sem cura...
sem ressonâncias, sem escalas...
(<span style="font-weight:bold;"><span style="font-style:italic;">afundo nos fundos dos teatros vazios</span></span>)
Sem actores nem actrizes, sem dançarinos, nem músicos!
Preso nesta plateia oca, vazia de risos e de sisos...
...em que no centro danço o cortejo...a marcha!
...do meu presbito aleivoso de nascer.
Danço na roda da minha alma densa
nesta funesta misericórdia de felicidade
neste branqueado negro, irradiando luz
neste dançar silencioso da mais pura verdade
Dança, dança, dança...
..não pares...
dança!
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