
Um cálice de tristeza
Data 06/05/2007 00:41:41 | Tópico: Acrósticos
| Bebo um cálice de tristeza sorvo-o de um trago e experimento o gosto amargo da sede dos poemas que apenas se escrevem em dias cinzentos e frios. há uma claridade fosca nos meus olhos, sorrio à verdade que passa e me convida para falar. os marinheiros deixaram ainda agora o balcão embebido de um cheiro a àlcool puro desvendador de vidas cruas e soturnas. as mulheres das noites sem fim descalçaram as botas de cano alto e entregam-se no esfregar dos dedos ao alívio de mais um dia. bebo mais um cálice esperando ainda mais um e outro. nasce um sorriso do nada e entrego-me a conversas , histórias imaginadas do que cremos querer. depois envolvo os ombros de quem se aluga e escolho a noite como se a vida não esperasse, rolando no leito que não conheço, esperando o dia que a verdade nunca saberá.
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