O CASEBRE DA ESTRADA

Data 02/02/2009 19:41:24 | Tópico: Poemas -> Tristeza

Forasteiro, que pela deserta estrada passa,
ao olhar meu casebre, com a chaminé sem fumaça,
não estranhe,se não ver a lamparina acesa.
Durante a noite,verá que aqui reina a escuridão,
notará,que esta morando comigo a solidão,
não me chame,caminheiro,respeite minha tristeza.

Vai te parecer, que ninguém mais mora aqui,
o único som que ouvirá,será o piado da jurutí,
que aqui ficou,no lugar de um antigo violão.
Caminheiro, ao ver meu casebre todo apagado,
lembre-se, que aqui está morto o passado,
está tudo coberto,com o manto da recordação.

Caminhe, não fica olhando minha cabana,
não precisa saber que está aqui, a sorte tirana,
continue andando,esse casebre voce nunca olhou...
Ande, respeite o silêncio de seu morador,
deixe-o sozinho,está chorando por um amor,
deixe-o, vá,a cabana também com ele chorou...

Vá, caminheiro,continue com sua jornada,
não olhe mais para a tristeza dessa morada,
veja, que está sem vida, até a silvestre flor.
Por uns dias não verá aqui nenhum clarão,
está recusando a acender, até o humilde fogão,
todos estão respeitando, a minha dor...

Forasteiro, que pela estrada esta passando,
se ouvir o som, de alguém que esta chorando,
vá em frente e deixe a casinha quieta.
Deixe-a no silêncio,na solidão da curva sombria,
sobre a tristeza, no futuro pode ler numa poesia,
por que o habitante desse casebre, e um poeta...



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=69362