Carta a um lobo...
Dúvidas?! São tantas, mas tantas Quem nem o reverso Do verso Que cai com a chuva miudinha Me lava as horas cruzadas pela maresia Nem as palavras cruzadas pela tempestade do dia.
E os lamentos?! Poucos, tão poucos! Os lobos que me uivam a pele (de lua) Neste luar de pensamentos Sem fio ou navalha Que me valha!
Ai este frio que não me aquece Nem se esquece Da ventania deserta que planta a sede Entre a saliva e a água (Ou será entre a boca e a mágoa?!)
Dúvida de certeza (des)encontrada Desliza nos caminhos da chuva gelada E fala-me do que esqueci Do que perdi... Ao partires antes de chegares.
Guardo-te num pensamento Entre ti e a pele Entre a inocência do momento E o uivo de lobo que entra pela janela. És metade do meu fogo Sangue da minha noite...
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