Carta do Sem Nome nº 2

Data 10/02/2009 12:39:11 | Tópico: Mensagens

Mais uma vez vos saúdo caros humanos, espero que estejais bem pois eu permaneço igual. Não sei se deva continuar a abordar-vos sobre os vossos sentimentos tão inconstantes, mas também não perco nada em falar disso ou não. Para mim os vossos sentimentos são apenas faixas que vos vão marcando durante o dia-a-dia, como apanhar uma doença ou não…
Pelo menos as doenças, eu sinto-as e sei que elas estão em mim. Agora esses sentimentos tão humanos nem durante um segundo me vêm visitar, não que eu tenha pena disso pois os sentimentos maus se seguem aos bons e depois esse ciclo nunca acaba. Já é bastante bom estar assim tão bem, se é que me posso enfaixar desse modo. Mas voltemos a vocês, humanizados por totalidade…
Nada vejo naquilo que vocês chamam de tão belo, aquele sentimento eterno e duradouro que vocês tentam sonhar encontrar um dia… Pergunto-me qual a necessidade? Estudo-vos como uma experiência para entender essa humanidade que vocês tanto sentem. Vejo essas vossas vidas se misturando entre si, traçando histórias e mais sentimentos, criando e perdendo laços de pessoas nas vossas vidas.
A única coisa que me poderia fazer sentir, se alguma vez pudesse fazê-lo, era tudo aquilo que o ser humano ainda não tocou. Vocês estragam tudo o que mexem, tenho visto que o que vocês sentem acaba por trair ou ser traído com outro sentimento qualquer. Eu prezo bastante a minha falta desses sentimentos, nada de complexo que me encha os pensamentos e me deixa totalmente livre para ver mais além… Talvez se pudesse sentir, eu ficaria feliz daquele jeito que vocês tanto desejam mas não o sinto e nem me importo em não o sentir. Todo e qualquer sentimento vosso é responsável demais para ter em meu puder, fico feliz por não ter de ser responsável por tal ousadia, já vocês estão destinados a sentirem todos ao longo dos tempos… Não seria melhor se fosse possível seleccionar cada sentimento como eu faço nesta pequena carta? Basta-me a mim puder falar-vos claramente dos tormentos que vos vejo passar e não passam por mim, a força que esteja do vosso lado.



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