a inocência do medo

Data 12/02/2009 00:14:51 | Tópico: Poemas

quando o medo me enfrentava o sono
e eu pequena me embalava
na solidão do ser
sem vestes ou subterfúgios
nem sentimento de gravidade
recolhia-me da robustez da noite
prenha mais de aranhas que de céu…
e sob o lençol bordado a paz
e rendas de luar
era eu, sem ser
forte e audaz!
eu, no ventre do Adamastor
que também chão
me labutava em receio e luz…

a madrugada era um navio
em viagem 3D
para a guerra do nunca
na lógica sem razão…

e bem fundo
adivinhava o estilhaço
dos meus joelhos trémulos
de inverno em solstício de breu…
e correndo, caía…
e voando, descia…
mas, importantes na ida
eram os meus sapatos….
sobre.
e as aranhas…
sob.

porque o retorno, esse…
eu sabia…
era sempre a noite posta
num beijo de mãe.
sonhado.
sublinhado.
sublimado.


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