
Olhos de uma geração
Data 13/02/2009 12:46:32 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Ponho-me a reivindicar Uma porção maior de vida, Uma dose extra de existência, Para transpor a fadiga Que os seus olhos me impõem.
O vazio dos teus olhos Não cansa a volúpia aristocrática, Pois seus olhos sem destino Iluminam a estrada Calçada do sangue De assassinatos pela soberania E da fome Dos que alimentam os saciados.
Teus olhos turvos Imploraram pelo afago de casa Mas seu lar..., Nefasto ninho de cobras, Oferece-te o veneno Como leite.
Estes olhos frescos, Regados pelo orvalho matutino, Não pululam de regozijo Ao nascer da estrela D’Alva. Triste inicio de horizonte Apenas o candelabro Do precipício.
Terríveis olhos negros Trocaste o meigo Ao assassínio. Vendeste por um denário Teu amor e teu fascínio.
Estes olhos Que presenciaram E sucumbiram ao sacrifício De todas as crianças Não terão dó De multiplicar e potencializar a herança.
Estes olhos que não sei Se são da vítima Ou do vilão... Porque todo escravo Carrega a culpa De enxergar-se como tal.
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