Libertação literária primordial

Data 16/02/2009 21:17:09 | Tópico: Poemas -> Introspecção

Sou o escravo acorrentado
Sou o cão açaimado
Sou Falcão engaiolado
Sou o Poeta mais amado

Sou a Moura amordaçada
Sou a luz na alvorada
Sou a caneta rejeitada
A Rainha desprezada

Prisioneiro enclausurado
Sou a infância rejeitada
Experiência de iniciado
Sou a mágoa renegada

Sou o Mundo e a Paixão
Não sou nada, nem Ninguém
Sou tudo, o coração
Rejeito o terreno e o além

Procuro a livre Liberdade
A Catedral grande, Imensa
A sexta-feira da saudade
Renasço em Milão, Florença

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Liberta-te destas correntes
Conta do sete até ao nove
Vê Deus quando o mundo chove
Ama laicos, ama crentes

Diz a verdade quando mentes
porque o debaixo sempre sobe
O Equilibrio do regente nobre
Ama o espelho se algo sentes

Ama a mulher, a tua próxima
Adora-a e venera-a
Ama-la: A tua máxima

Sê a prima, a prima vera
Rejeita a mágoa, a falácia
Sê o manso e sê a fera
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João Filipe Pimentel



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