À cautela...

Data 27/02/2009 17:20:15 | Tópico: Prosas Poéticas

</param><param name="wmode" value="transparent"></param><embed src="http://media.imeem.com/m/P2PbefVxdc" type="application/x-shockwave-flash" width="300" height="110"

Há qualquer coisa de enigmático que se esconde na penumbra das palavras que não diz...

Os seus enormes olhos verdes não conseguem disfarçar o seu lado oculto, que fica para lá daquela porta fechada e interdita a quem dela se abeirar um pouco mais, numa tentativa frustrada de a conseguir transpor sem grandes dificuldades. Nem sempre assim foi, mas a vida ensinou-lhe que o melhor é não confiar demasiado em tudo o que se lhe oferece, assim... de mão beijada. Aprendeu-o quando se viu enrolada nas malhas da teia da ilusão, que a amarraram ao silêncio e a obrigaram a vestir a pele da sombra, afogando-lhe a voz e asfixiando-lhe os sonhos e as vontades. Passou a viver uma vida que não escolheu, fazendo um papel que não era o seu, num cenário onde o elenco se esforçava por representar aquela peça ridícula, naquele palco viciado de um teatro já antigo, onde já nada fazia sentido e os actores ainda se esforçavam por ser os melhores, representando a sua própria vida de mentira, numa peça já tão gasta do lamentável espectáculo do faz de conta... e ainda contavam receber aplausos por isso, vindos de um público cego e cúmplice.

Pobres marionetas suicidas! Atiradas a um circo de feras esfomeadas...

Sim, tudo tem um preço e o dela foi demasiado alto!

Por isso, hoje esconde-se por detrás da capa cautelosa que usa sempre e que lhe disfarça as feridas antigas e ao mesmo tempo lhe dá aquele ar misterioso, distante e... frio.





Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=72348