
Lobo
Data 07/03/2009 00:48:41 | Tópico: Prosas Poéticas
| Choro ao uivares a clemência na noite. Na fraga alta serves-te das estrelas. A penumbra chama por ti, figura furtiva. Nas águas do rio reflecte a lua que guardas por teu sonho. Noite mítica que vives e choro; Porque te perdes, lobo? A floresta é tua e o Homem toma-a para si. Choro a fúria de não te salvar. Não sejas distante, cuida da serena paz; Aclama, ser selvagem! A natureza enfurece a tua existência. Uiva que declamo para ti no frio e obscuro. Revolve a fuga que o homem te persegue Entre trilhos e penhascos, onde longas se tornam as noites. Chegou a hora, de comigo, chorares a inexistente segurança. Volta a rebolar na erva fresca perante o sol, e Vive à luz a noite intemporal. Partilho contigo este processo, este caminho. A todo o tempo a tua voz ecoa e eu escuto; Sob o luar como é belo o teu uivar.
5 de Julho de 2003
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