Punhais

Data 10/05/2007 23:03:57 | Tópico: Sonetos

Sou muitas vezes pisada como se fosse asfalto
Ou como se fosse passeio de avenida,
E sou vista como a louca pela calçada suja,
Porque ela não se dá conta, que tem a vista turva.

Ainda assim sou pisada e difamada
Por muitos a quem eu caí em graça,
Mas não desisto de sonhar com um mundo melhor,
E hei-de ser feliz, com quem eu me perca por amor.

As nódoas negras doem nos primeiros dias
E mancham a pele como enormes sardas temporais,
Mas com a queda encaram-se os punhais.

Punhais, tantas vezes invisíveis
Mas tão sentidos como facadas,
Que se espetam no peito, com a astúcia da arma branca.



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