DERRADEIRO PRAZER
Data 12/03/2009 18:30:16 | Tópico: Poemas -> Amor
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Sentada, numa velha ponte de madeira, sentindo a mansidão do mar, no seu ir e vir, constante e sempre igual, escutas, vindo não se sabe bem de onde, o apelo das águas, solicitando-te, que te decidas, por mergulhar os teus pés descalços, nos azuis-claros do mar, logo ali.
Das primeiras coisas que acabas por notar, é o de que as águas se mostram quentes e convidativas, como que te dizendo, para nelas entrares, de corpo inteiro. Enquanto a horizonte, o vermelho impera, e, o sol, ao longe, brilha em toda a sua exuberância, deixando no ar, visíveis, ondas de calor.
A tudo isto atenção prestando, distraída, por entre uma beleza, indo de onde a onde, teu olhar alcançar podia então, encostando-te, à relativa segurança, da velha ponte, ruivos os teu cabelos, com certa vaidade, resolveste escová-los, até alcançarem a tua cintura, presa, esta última, por uma cinta refinada de escarlate.
Agora sim, estavas pronta para realizar, o mais do teu secreto desejo. E lentamente, pousando as tuas roupas, em cima de um saco de veludo, em graciosidade foste te preparando, olhando, aqui e ali, certificando-te, de que estavas a sós. E foi então, que num repente, te lançaste ao mar, sereia em seu ambiente, nadando e cantando.
Jorge Humberto 11/03/09
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