Q U E R O

Data 12/05/2007 20:12:19 | Tópico: Poemas -> Amor

Quero te falar de agonias,
de noites frias, de versos presos,
canções vazias...
De mil amantes
e milhões de instantes,
que te trouxeram, que te levaram,
que me calaram...
Quero te falar destas manias
que eu cultivo na tua ausência,
pois não me livro da tua algema,
que me escraviza,que me avisa,
de mil dilemas
nos meus poemas...
Quero te falar destes amigos
tão "amigueiros",
e de parentes tão insistentes,
Deste amor voraz,
que nada traz,
só pede a gente, com insistência,
e devolve ausência...
É como um gelo
que não derrete,
ou como um espelho
que não reflete;
ou é um conselho que não se liga,
prá curar uma dor
já tão antiga...
Quero te falar desta poeira
dos anos gastos,
e das olheiras que eu amanheço,
e das sentenças que eu não mereço,
e de amores francos
despedaçados bem lá no fundo
de mil barrancos...
Hoje eu te previno
que o amor é mudo,
que o amor é surdo,
jamais se expõe...
Vive nos sonhos
que a gente esquece,
cresce na gente
quando escurece;
e é tão medonho,
assustador,
é preto e branco
às vezes cor,
ou é um encanto...
... ou é um horror...


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=7416