
Família
Data 13/03/2009 18:41:51 | Tópico: Prosas Poéticas
| Nunca abandonar Nunca esquecer.
Acendo uma vela ao sol Pra requentar os cantos frios das paredes Êxtase claustrofóbico Rodopio desvairado e preciso desacatando autoridades.
Mundo vasto Oceano sem fim e seus capilares Mundo belo Devasso múltiplos quase o oxímoro hiperbólico Paroxismo são Translúcida inspiração de incontáveis gerações.
Ah espírito meu Cantas e te agradeço Ah esta faísca negra Volátil lógica antroposófica Vícios de ontem e virtudes de amanhã Uma cadência clara e nítida Nítida como a paz violeta Cristalina como o gozo vitorioso Ardente como o urro jubiloso Ah infâmia de minha comoção! Secreta nestes versos úmidos Lava escorrendo garganta afora Sol e horizonte rindo-se em sombras Céu e sal em beijo fétido pai e mãe Nossa benfazeja e vulgar fedentina Ai dos meus banhos Encanados Contidos por torneiras Guilhotina conta gotas Cifrando cada toque Atribuindo preço Sem o devido apreço.
Quanto custa isto?
Isto Sim Isto quem vos fala momentaneamente.
Quanto custa estar eu aqui concentrado em digladiar comigo mesmo num aquário poético? Sai-te de graça ler-me? Pergunto-me Será que alguém lê? Já isto felizmente não importa Leio-me a mim Vejo meu momento Erguer a cabeça Fluir fôlegos - Tem preço isto?
Mas sim Dirão os honestos O tempo como única corretagem do amor se faz vendável também - E num susto O que restou dos sonhos Sou isto Coração plangendo Abominável deletrear de suspiros Também a fineza do brado pungente Riso tosco acompanhado de soco à mesa Desconcertante desconsertância A Verdade - Se é que se permite ainda usar tais termos - Cintilando Cintilando gravidades e vôos Em anedotas perfeitas Em que os risos mergem Cada um o perfeito artífice de si E as florestas valsam Juba brilhante de verdes e lázulis Juba faunaflora do leão imperador.
Espaço e tempo Citaria aqui em ditirambo um desesperado Como que tentando se agarrar da mais básica suposição biogeoquímica - Mas ainda assim o levitar parece possível Como de algum modo perverso tudo também parece realmente possível E se nada é proibido - Ah bem É tudo sempre caminho de ida ou de vinda ao próprio corpo.
Peremptório da organicidade Vivaz ressonância do caos Saúdo ao infinito Agora e sempre Sim a tudo Sim.
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