POEMA

Data 15/03/2009 16:13:46 | Tópico: Poemas

que sinal podemos estar todos perante uma incontinência
verbal – as aves constroem casas, as batas das crianças
são o sinal de alarme de ir a correr – a tardinha partiu
deixo o corpo rolar nas ondas é Março na poeira
dos caminhos – ouço aviões e comboios sem néon
uma estrutura suporte própria e direccionada
as crianças de encarnado vivo aos quadradinhos
correm negras na savana, canto-te a última casa
atravesso as pontes sobre as auto-estradas não
evasivas de neuro modulação ardem-me todas as
imagens nunca mais terei choques medulares
de uma tempestade a outra tempestade, perco
todos os caminhos - voei de mim a mim no fim de
linha – a tardinha está perto no corpo das areias frias
incisões na memória – mínimas – cintilas como a
minha frescura por urgência dos sensores
crio rupturas na memória – há uma ampliação
do regresso onde podia evitar e acalmar os músculos
um botoque de suspiros na alma, choramos todos
onde o lume procura o alarme dos novos vidros
pressinto-te leitor, cruzamo-nos , não ouço pássaros
muitas palavras têm um destino em comum, cristais,
onde vou inventar o fogo do tempo, dança nua na
estrada dos versos, tudo aberto amor até ao sol






José Gil
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