SUMÁRIO

Data 16/03/2009 21:50:25 | Tópico: Poemas

Tornar como morto o ímpeto irrestrito de buscar-te no endereço das estrelas, para onde as nuvens deslizam em silêncio branco e imaculado;
asfixiar os empreendimentos do meu coração, amêndoa vermelha que rompe as fronteiras pérfuras do caos unicamente para tocar-te;
deixar que o júbilo de amar-te feneça lívido à sombra da lástima e do frio;
assistir ao tombar profundo das palavras que a ti dediquei, órfãs de luz, em poemas ocos, exaustos do tempo;
perceber meu corpo pouco a pouco anoitecido, triste como uma pedra implantada no cinza da paisagem, proscrito e só;
tatear meu mundo sem ti, à beira de todas as noites, sob a expectativa áspera da tua indiferença.

É assim que eu sei a morte.




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