O sol nasce mesmo para todos

Data 20/03/2009 23:18:29 | Tópico: Textos

Lá se diz que o sol quando nasce é para todos e por cá se vê que é verdade, que não se esconde de ninguém. Todos o vêem se quiserem. O que é certo é que queima alguns, tal a ânsia de o terem só para si.
Em dia claro, de gente clara e escura, olha-se em redor e nota-se que pequenos bastardos infectam a vontade de ser justo a quem gostaria de ser sempre correcto. A provação mostra-se útil e acaba por ser peneira que, embora continuando a deixar passar o sol e os finos, deixa ficar o grosso dos inúteis, dos energúmenos que empecilham o passear suave dos pés pelo chão.
Nenhum fica sem o sol ou, democraticamente, se não o houver para um, não há para ninguém. É assim, o sol é tão imparcial como isto. Não veria bons nem maus, mesmo que os houvesse desta forma tão clara, limpida e líquida como o dizem as palavras. Bons e maus! Era fabuloso que fosse linear a separação.
Como seria fácil saber em quem confiar ou com quem não fazer negócios. Mas não é assim, não podia ser assim porque as pessoas são pessoas e, como tal, fontes inesgotáveis de imponderáveis. Umas são marrecas, outras obesas, outras grandes e magras mas, todas cheias de curvas que lhes dão formas pouco lineares e totalmente imprevisíveis.
A forma de agir e reagir é individual. Não há um guião e, neste sentido, não há uma tabela que permita por bons de um lado e maus do outro. Não há!
Assim sendo, o sol tem mesmo que se mostrar a todos, não é?

Valdevinoxis



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