MESMICE

Data 14/05/2007 16:33:30 | Tópico: Sonetos




O sol já pronuncia a noite e seus defeitos…
O barco, de peito dado ao rio, caminha…
E eu reitero aqui mesmo todos os conceitos
De um mar ao largo que se avizinha.

Dança frenética de aves daqui e de acolá,
Num frenesim de bicos e de açucenas…
E eu sou tudo aquilo que não há,
Fora eu o outro caminhando suas penas.

As sombras fazem negrume no mato…
Há gemidos agoirentos por todo o lado,
Servidos a frio no raso de um prato.

Meus olhos tentam acostumar-se à mesmice,
Num grito de guitarras de um triste fado…
Quem foi que aqui se contradisse?

Jorge Humberto
10/05/07



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=7519