VERSO E REVERSO

Data 21/03/2009 14:46:44 | Tópico: Poemas -> Introspecção

Estranho perceber que estive dormindo
A sensação de estar desperta é incômoda
Incomoda porque é nova; não tenho controle
Aliás, controlamos realmente algo na vida?

Perplexa estou ao me deter
Em quanto tempo levei para perceber
Tudo isto que levei anos para aprender
E agora tento-vos dizer

Sim, é assim como a rima acima
Os vícios se repetem sem que percebamos
Pois se ajustam às nossas doenças
E doença de alma é mais difícil de se ver

Mas agora tomo uma taça de vinho
E minha mente aos poucos alinho
Percebo que sempre estive sozinho
E que eu mesma fiz meu caminho

Buscando sempre as ilusões da satisfação
Nos moldamos às necessidades alheias
Tudo é troca, tudo é necessidade
Tudo é interação; assim é a natureza

Mas devemos buscar o nosso centro
Caminhar cada vez mais para dentro
Encarando nosso tormento
Vivendo intensamente cada momento

Ora estaremos mais firmes
Às vezes seremos mais frágeis
E assim iremos percebendo
A inconstância de nossa existência

Mas a luz que nos ilumina
Brilha sem cessar e nos anima
Levando-nos sempre degraus acima
Num movimento que jamais termina

Sim, é como a rima acima
Ora persiste, ora se esvai
A consciência não é algo estático
É pura ação manifesta no amor.



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