
Um infantil tormento
Data 22/03/2009 14:27:16 | Tópico: Poemas -> Tristeza
| Erguem o frágil e disperso sentimento, Uma criança escorre suposto humor vítreo, Seus fluidos iriantes pela face cortam Sulcos de infinito pesar.
Dentro em pouco a batida seca da terra escura, Espalha-se pelo contundente lacre. Não querem o esgotamento de seu cuidado e o ingênuo alacre motivo Da inocencia mórbífica apodrecia o berço em ingênuo riso.
Cova rasa,vermes escalam matéria orgânica esquecida, Púrpura ferida celestial. Erguem o frágil e disperso sentimento E Deus não pode interromper o ciclo, Fitando o céu escuro através da portinhola do caixão.
Pequenas mãos arranham veludo barato,alva seda.
Respira efêmero movimento,o rosto intumescido, Nova lágrima pela órbita vazia,desespero Submerge o sonho e a mentira Entopindo de urina e pus o sono eterno.
Pulmões delicados em papel desmancham-se, Pernas atrofiadas debatem-se, O infante sorve a luz De sua voragem fadada ao tormento, Sepultada apenas um eco de lamúria.
Sem repouso,incisiva dor, Pequeno corpo contorcido no fatídico ataque, Derradeiro espasmo, O desejo deformado alcança o ápice. E finalmente morre, Talvez não tão solitário quanto antes, Em senda amarga a tristeza enterrada.
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