Peço paciência, ao poeta Por ser quem sou Peço paciência à palavra Por me dar como dou Às ideias peço, paciência Para cultivá-las
Ao poema que fica Peço desculpa pelo desabafo Que tantas vezes me leva Por caminhos de embaraço
Ao papel onde escrevo Agradeço, a ternura Com que me atura Mesmo nas horas de impertinência De concordância ou divergência
A ti Minha mão amiga Companheira de lida Agradeço, o modo Como deixas que te conduza Numa caligrafia desnorteada Tantas vezes baralhada
Por fim Agradeço ao tempo A todos os minutos e segundos Que lhe roubo Para me entregar a esta tarefa De poeta louco Que tudo diz, tudo escreve E o pior A tudo chama pouco