PALAVRAS MORTAS
Quantas e que inspirações Tornam um poeta genial? Transpirações, exaustões Até um “produto” final?
Quantas, quantas revisões Que tolhem, colhem visões Em dioptrias ceifadas Para impressionar multidões?
Vezes e vezes sem dó Está um individuo…só Travando batalha insana Contra a musa que o engana.
E o sono que bem cai O léxico que se retrai A inspiração é nula E um homem vira mula!
Teimoso, escreve, escrevinha! Na mesa, na escrivaninha E se auto inflige, em torpor Mais chibatadas de alento.
O cansaço nem se adivinha De há tanto que instalado. Está no seu corpo plasmado Os sinais do anteontem.
Esgotado, cai para o lado. Mas antes que adormeça Corre, toma a toda a pressa Uma qualquer transfusão.
Seja de sangue ou não Invicto, louco, se mata! Mais uns retoques, está quase A parir algo para a caixa.
Mais conservante e corante Coloca as palavras mortas Em exposição na estante De horrores! Arrepiante!
26 Março 2009 Por Ana C./ Sob_Versiva Imagem por KinderTrauma!
Música:Um delitos, deleites, delícias... que guardo em vinil desde 1976 ! Os "Aguaviva" , no no meu album preferido "Poetas andaluces de ahora", gravado ainda no regime Franquista!
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