
ESQUADRINHANDO A INSÔNIA
Data 29/03/2009 12:44:50 | Tópico: Poemas -> Reflexão
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Vagando por entre Os subsolos da mente, Percebo o quão virgem É meu olhar sobre a cromática De mim mesmo e do mundo: Sim, quando se trata, Principalmente, Do seu viés subjacente Qual aflora dos âmagos-pomos, Responsáveis por fazer parir O firmamento azul-escuro
Como se fosse tomado Pelo arrebol do desejo Do profundo descobrimento, Eu descortino uma miríade De relegadas paisagens, Confinadas no calabouço Dos livres pensamentos.
Então, Ao penetrar na sua infinita e opulenta câmara, Mergulho no mar do quase silêncio:
Uma vez dentro dele, Contemplo a túnica da calma Camuflar o lancinante drama Que emana do vislumbre Da imagem de pessoas Á margem da alegre e jocosa aurora: Apagadas á bala e com testemunhas mudas; Ou agasalhadas pela frieza do relento Cuja impiedosa fonte pulula da empedernida rua.
Uma vez dentro dele, Fito, nitidamente, A elisão da humanidade:
Mulheres e crianças Sendo tratadas Ou sobrevivendo Como um suculento pedaço de carne.
Uma vez dentro dele, Sinto o sabor acerbo do plasma Que irrompe da mortífera E cibernética prole da pólvora E inunda toda a Inócua, Incauta, Prosaica, Pacífica Flama Tapeçaria Meso-Asiática, Maometana!
Uma vez dentro dele, Fixo o olhar No mais profundo Âmago de mim E vejo a acre pele de desencanto Ou sáfara exacerbada Recobrir-me a aura.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
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