Horas mornas de calmaria Abraço o horizonte Dou asas à fantasia Em braços de terra Enlaço aquele monte
Deixo prender-me na força Das nuvens que passam A força que me suga E me atraca a ti Pedaço de chão em mim
Abro alas à fantasia E a tudo o que ela encerra Ruga profunda na fronte Que assinala o alto da serra Onde a água jorra da fonte Onde sacio esta sede
Sede de te ter, de te ver Sede de quando morrer No teu peito adormecer
Horas mornas de acalmia Deus estava feliz
No dia em que te esculpiu Alentejo meu quinhão Deixou correr a mão Aqui e ali Esmerou-se na ilusão De que sempre serias petiz
De calções rasgados ao vento Lançando papagaios de papel Galopando um cavalo alazão Sem amarras nem prisão Louco, louco coração
Suspensa na tua mão Enrosco-me nesta calmaria E sonho
Sonho com um amor que me diz Que de sonhos os sonhos são feitos Que nos sonhos se dorme feliz Sonho, que me sorri Que me diz que estás aí No monte esperando por mim