Indiferente de mim...

Data 16/05/2007 16:55:07 | Tópico: Prosas Poéticas

Indiferentes a mim, o rio e o riso.
Pálido, truculento.

Indiferentes a mim, a exilada lua e a luz quebrada
nos espelhos rectos do luar.
A luz fatídica
de sangue poente,
escoada sanguinolenta na demora.
Visceral, desnuda, despida.
Purulenta ferida.

Indiferente de mim, as sombras.

Dançam-se em soluços, em ritos obtusos
de costas e de bruços.
Em liturgias de entrega.
Em ritos diurnos de findas tardes
na voz do sono, na voz cansada,
Na volúpia
No abandono
No galope do tempo
Na admonição da memória
Nas crinas enubladas p´lo álgido vento
No torpor do frio
No eco
No desalento.

Indiferente a mim, tu e o teu momento!


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