
BRANCO É O PAPEL
Data 02/04/2009 16:17:18 | Tópico: Prosas Poéticas
| Vens e chegas-te a mim de mansinho, como quem não quer nada, papel em branco, pronto a cederes-me o teu corpo, ávido pelas minhas sensações mais íntimas, pelo meu toque meigo, furioso, vendaval e calmaria... Insinuas-te em linhas, fazes-te meu leito, meu ombro, meu beijo, meu sonho... Intimas-me a segurar uma caneta e, quase em delírio, gravar-te na textura passiva, o toque intenso do meu âmago, da minha alma... Entrego-me toda, quando me chamas assim... Sobem-me as palavras, a impulso quente, a sangue e lágrimas e, quanto mais me fira no espinho que trazem, mais te arranho, em febril paixão... ...papel branco onde me escrevo... ...papel branco onde me descrevo...
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