FINS E MEIOS

Data 03/04/2009 16:48:32 | Tópico: Poemas

O café tingiu o leite
O sutiã escondeu o peito
O carro atropelou o sujeito
O silêncio foi violado pela canção
A capa espantou a chuva
A luva, ah luva!
Não senti a maciez de tua mão.

O trovão lembrou o medo
O violão movimentou o dedo
O fim me fez ir aos meios
A morte me levou ao devaneio.

O leite não é tinta
O seio nu faz com que eu sinta
Sem carro não há tropeço
A canção trouxe um bizarro sentimento
Qual o meio para espantar aborrecimentos
A morte não é o fim, é o começo.


JOEL DE SÁ
SP, 03/03/2009.


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