
Meia onda, meia areia
Data 17/05/2007 17:10:30 | Tópico: Poemas
| Se a cada letra que cá deixo, É um grão que se torna areia, Rente a praia, vida, de noite, lua cheia, Seria para as ondas que me queixo?
Desatinadas, vão e tornam, num baloiço Me beijam, me molham e oiço O ventar da saudade que se dá, Por sobre as ondas que tornam ao mar.
A merce de teu desejo, ondas displicentes Cá fico, pois tornam, instigadas pela saudade Sempre tornam, correndo, gritando, maldade! Dizendo aquilo que olvido, já não sentes.
Não me enganam as ondas, mas molham, Em lágrimas, o ser sobeja a alma, E vivo o crespúsculo, se amarram, soltam Molham a falta, desencanta e me falta a calma.
Assi vão, mas voltam, brincam, beijam.
Lá se vai mais uma noite, a lua cheia Assiste, contempla e grita: Vejam! És meia, meia onda, meia areia, Sempre meia, nunca inteira.
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