 
  
    	FLOR DE ESTRUME
    	Data 06/04/2009 15:34:53 | Tópico: Poemas
 
  |  O poeta versa a dor  O amor, a paixão  O rancor, ilusão  O perdão e o ciúme  Versa o sol e as estrelas  A beleza, a riqueza  O brilho, o fauno, o lume  Sabe a tudo lisonjear  Mas se nega a festejar  A flor nascida do estrume. 
  As fagulhas, não as trevas  São do poeta preferidas  Escrever as bonomias  As quais lhe são auferidas  Não descreve a podridão  Nem putas, nem raparigas  Também o lixo das orlas  São de todos esquecidas. 
  Não se atém o literarto  À tristeza e ao lamento  P ra ele não há beleza  Não vê que há sutileza  Que há poesia no excremento. 
  O mais dulce paladar  Não permite que o azedume  O qual faz-se relembrar  Do corte, da ponta e do gume  São peripécias do verso  E esquecem que há poesia  Na flor brotada no estrume. 
  Versa a beleza da flor  Com sua doçura e perfume  Se é desagradável o odor  Com limpeza ou com cerume  Se não é doce o olor  Nenhuma criatura assume  Sequer se atrevem a versar  O excremento, o estrume.
 
  JOEL DE SÁ SP, 06/04/2009. 
  |  
  |