Efígie

Data 17/05/2007 21:07:15 | Tópico: Poemas

Num jardim de pedras polidas e sujas
(dos corações que se esquecem)
é apenas mais um anjo de cimento
(um nome de lábios que já não conhecem).

Entardece e a sombra cobre mais dor
(mais um raio de sombra pela ausência)
Daquele homem ao canto do balcão
(sofrendo em solidão de pura demência).

Ao ritmo da culpa do seu pesadelo
(as horas de bar são mais horas passadas)
O seu coração já não lembra se sangra
(os dias não passam de causas falhadas).

E é um murmúrio subtil nas flores
(um vento que lembra despedidas),
É a voz que vem dos anjos de pedra
Quando recordam as asas perdidas.


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