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    	Data 03/06/2006 15:43:07 | Tópico: Poemas -> Amor
 
  |                                     "traga-me um copo d'água eu tenho                                     sede e essa sede pode me matar"                                                                 (Dominguinhos)
 
 
  Estou ficando louco/ estou ficando pouco/ daqui a momentos eu sumo/ já estou sem rumo/ talvez vire poeira e vá ventania/ talvez vire frangalho/ areia/ e acabe na praia.   Saio por ai/ sem violão/ sem tamborim/ em toda casa eu bato/ toda viela eu entro/ em todo gueto eu grito/ em toda roda eu paro e desafino o samba/ no seu encalço eu fico. 
  Se te ligo meu telefone fica sem linha/ te conecto e minha telepatia falha/ se bato tambor/ meu coração desanda/ se te mando sinais de fumaça você acho que é nuvem que é chuva
  Se te mando poemas eles não rimam/ minha canção destoa/ minha prosa não te agrada/ minha estrada virou vereda/ desvio/ meu rio é o Tietê/ afasta-se do mar/ sem ti falta ar.
  Assim eu fico sem tino/ desando/ e nem Freud dá jeito/ por isso te peço não me perca/ me acene/ me chame/ inflame/ me leve contigo pra fogueira/ me ame/ me leva pra praia
  Se você quiser vou até aí/ seja no campo/ na roça/ na cidade/ solto rojões/ faço o alarde/vá logo me ache/ saia da caverna/ do casulo/ não me deixe bobo/ solto feito pipa no ar.  
  Estou árido/ sou deserto/ eu tenho sede/ faltam nuvens/ falta água/ tua boca pra beijar/ quero-te oásis/ o édem do teu olhar/ o úmido do seu corpo/ um copo d'água por favor.  
 
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