Profetas da desgraça que tendes a palavra usada como arma de arremesso. De falsos poetas e prosadores que confundem a arma com a guerra. A guerra é o acto, a arma o instrumento, a palavra é a adaga Presa no pulso, nunca arremessada que o bom soldado Nunca se separa da sua arma, usa-a na batalha E morre agarrado a ela, extensão do corpo Tresmalhada pelo mesmo sangue Que escorre profuso No calor da luta Refrega Sangue Pus. No Passo Descompassado Da palavra em riste Desmesurada na violência Que emprega na arte de ferir, solta A palavra que fere mas também consola, Afaga os tristes, liberta os oprimidos, rasga fronteiras, Dobra a finados na hora da tua morte, dá esperança e alivio a quem Por ti chora. A palavra é em si vida e morte, negação de si própria, atribulações De ti e de mim, se sem ela não vives porque é com ela que queres destruir, ferir e matar?
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