Merdices

Data 10/04/2009 12:19:39 | Tópico: Poemas

Caí de minha cama
Do alto do pedestal,
Envolto em guerras,
Palavras ocas sem sal
Espojadas na lama.

Olhei em volta, silenciado,
Procurando prosas e poesias
Penas velhas, folhas brancas
As noites que nasceram dias
O meu espaço gasto, apagado.

Li! reli tudo que me deixaram,
Mil letras de mil amigos.
Lavei a escrita com lágrimas,
E com todos os seus perigos
Que os poetas não mataram.

Inflamam-se os ditos
As caras feias e tapadas
Escondidas atrás da vergonha
Em mãos presas, agrilhoadas,
Por estes crimes malditos.

Sorriu-me tanto desse mal,
O adeus, até nunca mais
Confuso no até sempre.
Estas vidas teatrais
Feitas novela de jornal.
A escrita é anárquica por não obedecer a regras quando lhe damos toda a liberdade que não nos é permitida, assim, todo o que escreve, será sempre refém de quem lê, gosta, não gosta, agride ou elogia



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