
Ópio do povo
Data 18/05/2007 21:28:36 | Tópico: Textos
| òpio do povo
O tema de deus não é um tema remoto, abstracto com pouca importância na vida das pessoas. Pelo contrário, é o núcleo das religiões, especialmente as da tradição judaico-cristã, a qual inclui um sistema de doutrinas baseadas em quase todos os ramos filosóficos.
Todas têm os seus santos e sábios, o judaísmo tem Moisés, o Zaroastrismo tem Zaratustra, o Budaísmo tem Buda, o cristanismo tem Jesus, o islamismo tem Maomé, o mormonismo tem J.smith.
Todos afirmam conhecer a verdade absoluta. A religião teve o desastroso efeito de colocar conceitos vitalmente importantes, tais como a moralidade, felicidade e o amor, em um reino sobrenatural, inacessível ao comum dos mortais, à mente humana e ao seu conhecimento.
A religião não servirá fim algum. A religião é algo concreto sustentado em pressupostos falsos (paradoxo). A existência duma força interior tão misteriosa quanto "Genesis" que nos move e faz de nós seres pensantes, sensitivos, o qual eu chamo fé, é a religião que professo. "An ye harm nome,do what ye will" (faz o que fizeres, desde que não prejudiques ninguém), é o meu princípio.
Acreditar num deus, confesso que é deveres tentador, sempre poderia dizer que algo foi de sua vontade. E acreditar em mais que um aumentará as minhas hipóteses de conseguir o meu quinhão no céu? Levar toda a humanidade a agir por um suposto castigo ou prémio, não me parece que seja moral.
Eu acredito no ser humano. Não precisamos de regras morais para ser ou não boas pessoas. Nietizsche e Ortega y Gasset não inventaram o Homem perfeito, mas uma alternativa independente da filosofia teosófica.
Abomino de todo a hipocrisia que em nome de um deus (es), manipula essa força interior em benefício de um minoria capaz de cometer as mais horrendas atrocidades, injectando ópio para nos atrofiar a mente. Este vício é tão antigo quanto o Homem e temo que já esteja no nosso código genético. <br />
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