Zero

Data 14/04/2009 17:48:40 | Tópico: Textos -> Tristeza

Pelo silêncio da mentira guardada, vê-se ferido na ilusão de um quarto pela alvorada, e perdido pelo chão imundo, lembra o seu cair bem fundo do topo do meu Mundo.
Foi tanto inteiro como vão, foi completamente meu, mas inteiramente não... no entanto só não pôde ser aquilo que não quis. Não me pôde acusar de tudo o que fiz, pois antes era a sua musa, das frias madrugadas, agora sinto-me intrusa, vasculhando as suas moradas... não quero perturbar o seu caminhar, ou desviar-lhe o olhar!
Por isso, larguei-o, num lugar onde se perderam desejos, onde faltaram beijos e lembraram vontades... Estará sempre enclausurado em saudades sem saber que caminho o levou, viverá sem querer no lugar onde estou, guardando-me por onde vou, mas deixar-me pelo que sou.
Por fora, tudo será á sua maneira, o beijo ás escondidas, o chorar á cabeceira, o abraço comedido, na minha vida inteira... Mas quando apagar os seus olhos do meu olhar, saberei esquecer o que me fez de primeiro chorar.
No entanto, ele não se trata de um inútil a criar atrito, pois a sua nulidade é bem maior que o infinito!
E é a sua falta, aquela que sofro e sinto.


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