Imagino-me Em asas de condor Desbravando os céus Desse Alentejo Olhando lá do alto Todo o seu esplendor
Ao sul Avisto o silvado Onde o melro Solta o seu trinado
Ao norte avisto o ribeiro Que corre matreiro Em ziguezague Sem cuidado Corre, corre Pelo descampado
A oeste Desnudo o montado Soberbamente engalanado Ao calmeiro Está o rebanho O pastor Dorme um sono tamanho
A leste Avisto o monte De branco caiado Com ar estafado De galinhas acompanhado Os porcos Estão no chiqueiro, afastado Os cães Dormem na casota Mais abaixo Se encontra a horta O poço fica ali Ao pé da palhota
Se eu fosse Um condor Uma águia real Uma cegonha branca Um melro negro Uma cotovia airosa Uma frágil borboleta
Voava Nesse céu azul Por terras do sul Levava-te A aragem fresca Ao cimo desse monte Onde te escondes Nas horas de solidão
Na aragem Curta mensagem Escreveria
Estou aqui Para te abraçar Quer eu to diga Ou não…