
Não há tempo
Data 15/04/2009 01:11:25 | Tópico: Prosas Poéticas
| Não hás-de entender jamais do poeta o coração, Inda que se aplique as desventuras tantas do viver, Não faz juz a vida, a causa, o dito do poema a criação, A poesia nasce de si e nos dedos logo se rebentam.
(Mas dedos são somente trechos, donde percorre a poesia, Para no rio do viver desaguar, inda que de um ser insosso.)
Não tente entender a poesia de dor, tão intensa, Tão pouco se iluda com os versos de amor(inda que tantos) A letra por si mata, vive, ré-cria, ama, inventa... Não queira entender, apenas lamente os teus desencantos.
Não queira, te peço encarecidamente, não queira amigo. Guarda teu sapato lustrado, teus dominós de marfim e vá. Não há tempo. Tão pouco pedra do entender terás contigo. Ama, isso somente poderás. Sê contente amigo em amar.
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