Arabesco fúnebre

Data 15/04/2009 22:03:23 | Tópico: Poemas

Enquanto a palavra alheia
abastece de humilhação e mentira
a última nota que me coube,
o poema de amor que eu não fiz
grita, entrecortado,
agonizando entre tinta e desonra...
Meus versos, quaisquer momentos,
hão de morrer num holocausto ao silêncio,
como um feto disforme
que não encontrou na vida promessas;
na verdade, sentidos...
Farei com que sejam para sempre esquecidos,
em memória de mim,
e ao pé do que não houve
plantarei uma flor sem perfume,
um arabesco fúnebre,
que alimentará de eternidade
o germe do ódio que agora cintila
no manto da noite que desceu
sobre os meus olhos.



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